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Mostrando postagens de junho, 2012

Livres, mas acorrentados: Rosseau para começar o dia

("Halleluja", Molly Sanden ) Já teve manhãs em que você acordou e sentiu, mais do que em qualquer outro dia, uma sensação realmente pulsante lhe dizendo assim: "estou viva!", "estou viva!", "esta é minha vida!"? Então eu tenho isso com certa frequência, eu devo assumir. Brincando de ser filósofa, de ser artista e sendo pisciana é fácil eu me sentir arrebatada por alguns momentos e pensar: "Caramba! minha vida é aqui e agora e eu estou vivendo-a!". Semana passada eu fiz a mesma pergunta para alunos e alunas do terceiro ano do colégio onde dou aula. O tema era Rousseau e como este filósofo francês acreditou que o sentimento, e não a razão, é capaz de nos fazer sentir a verdadeira liberdade. Para Rosseau nós nascemos livres. Além disso, somos naturalmente bons. Perdemos tanto a bondade natural quanto o sentido de liberdade por conta das imposições sociais, cobrando de nós maneiras adequadas de se relacionar. Nós somos civili

Beethoven no domingo

Houve uma época em que eu gastava parte do minha mirradinha bolsa de estudante para comprar, ao menos, um cd de música clássica por semana. Comprava normalmente em sebos e depois passava horas e horas ouvindo, estudando, trabalhando ao som dos maiores compositores da humanidade. Numa dessas vezes, comprei os clássicos para violino do Beethoven, do qual este vídeo aí tem a primeira parte. Uma leitora daqui me disse há pouco tempo que sonha em ir num concerto ao vivo e eu fiquei me lembrando, depois disso, dos que pude ir. Vale a pena cada centavo economizado, vale cada esforço, embora não necessariamente a gente precise pagar caro para ir a concertos. Ao menos aqui em São Paulo há sempre algo acontecendo de graça ou há também ingressos muito baratos, como os que eu normalmente sempre paguei, 15, 20 reais. O local não é o melhor para se sentar, mas ainda assim é demais! Enquanto escrevo estou ouvindo o concerto e deixo aqui para quem quiser começar o domingo de alma nova.

E o vencedor é: "Os verdes campos da minha infância"!

("Os verdes campos da minha terra", Agnaldo Timóteo) Marmelada no concurso da Borboleta? A sogra ganhando o concurso com 159 votos? Nãnãninãnão! A Irene foi a vencedora do " Uma música, mil lembranças " com o lindo texto " Os verdes campos da minha infância ", o qual, aliás, me fez acordar cantarolando Agnaldo "Temóteo" hoje pelas ruas das Perdizes. Sou só eu que choro quando escuto esta música? Verdade! Nem posso lembrar que começo a chorar... Ai ai que saudade do meu paizinho Seu Zé!... ai ai... Irene, parabéns!!! Sua história comoveu muita gente e se nem todo mundo chora ao som do "Temóteo" como eu, muita gente adorou ouvir suas lembranças. Tá aí a prova! O resultado ficou assim: 1o. lugar:  Irene Cechetti :  " Os verdes campos de minha infância " - 46 votos 2o. lugar:  Daniela Barbagli:  " Até mais ver " - 33 votos 3o. lugar: Nina Sena:  " A história de amor entre Pingo e Laura "

É hoje! Final do Concurso "Uma música, mil lembranças": já votou?

("Música", Henri Matisse) Hoje é quinta-feira dia de encerrar o segundo concurso de textos do Borboleta. Cá estou eu para dizer a você que está passando pela primeira vez por aqui, ou para você que já é freguez, para não deixar de apreciar as histórias enviadas. Eu não tive tempo de dizer que esses dias eu tive o enorme prazer de ouvir cantar ao vivo ano Sesc-Pompéia a Yael Naim de quem eu já havia falado aqui no blog antes . Escreverei um post só sobre isso, mas queria partilhar algo no qual pensei quando estava lá vendo aquela moça: a música tem um poder que transcende nossos esforços de traduzir em palavras o que sentimos. A música - todo mundo sabe disso, mas eu só constatei eu mesma de novo - nos une a almas nunca antes vistas, nos coloca no mesmo barco, numa mesma sintonia. É como se em determinado momento fôssemos uma só alma em vários corpos diferentes. É louco! E lá no Sesc eu pensei ainda neste singelo e lindo concurso. Juro que me senti tão orgulho

"We are the world": mil lembranças?

Se você era vivo no anos 80 não deve ter escapado de ouvir a música do vídeo acima alguns zilhões de vezes no rádio e na TV, os dois grandes meios de comunicação daquela época em que eu era menina. Era 1985 e contava eu apenas 14 aninhos. Do meu quartinho de vila, no interior paulistano, eu tomava minha escova de cabelos preta e cantava, sozinha, de portas trancadas, essa canção imitando a Cindy Lauper (quem eu tinha loucura para ser) e delirava com o vozerão do lindão do Bruce Springsteen... Isso rodeada de posters do Michael Jackson nas paredes. Do alto da minha ingenuidade eu me sentia salvando o mundo apenas pelo fato de cantar a canção USA for África. Salvar o mundo, aliás, é também uma característica que me une às pessoas de minha geração, a geração x. No fim de semana passado, comendo uma boa comidinha na casa da sogra Irene, uma das concorrentes do nosso concurso atual - " Uma música, mil lembranças ",  acabei colocando esta canção e muitas outras na "vitr

Meu primeiro amor ou A história de Ângelo e Júlia

- Mamãe! Quando as pessoas ficam velhas elas morrem? me perguntou Ângelo dias atrás, enquanto eu, ele e sua irmãzinha jantávamos na cozinha. Fiquei pensativa por uns segundos, tentando não dar uma resposta triste demais a uma criança de quase 5 anos... - É Ângelo..., e antes que eu completasse: - Você também vai morrer, Mamãe? - Vou Ângelo... mas vai demorar muito, só quando eu estiver com uns 90 anos! - Nossa! 90? - É... tem gente, por exemplo, que nem um arquiteto famoso, o Oscar Niemeyer (não riam!) que tem 104 anos e ainda não morreu... - Nossa Mamãe! 104! - Mamãe, eu também vou ficar velho? - Vai meu amor, mas vai demorar muito! Muito mesmo! - É, porque eu sou bem pequeno... Mas, quando eu tiver a idade da Vavá então eu vou ter que me casar né Mamãe? - Ah! com a idade da Vavá você talvez já tenha netinhos! Igual a Vavá! Mas nem todo mundo se casa, meu amor. Tem gente que namora e casa, tem gente que namora e não casa, tem gente que... - Mas você casou com o papai!

A estreita relação entre autenticidade e felicidade

("Desejando paz", My blooming life) Eu sei que o título deste post está sugerindo uma receitinha auto-ajuda de bolo para ser feliz. O curioso é que eu tenho uma preocupaçãozinha frequente em não escrever as coisas que penso de maneira autoajudanesca, e tenho consciência do quanto esta é uma preocupação com o que "vão pensar de mim", mas é bem automático mesmo. Normalmente com estes posts eu nem sempre sou bem sucedida em não parecer assim. No post anterior fiquei com a impressão de que eu não consegui ser muito clara com minhas intenções. Eu tentei motivar minhas queridas participantes e meu participante do concurso a não se intimidarem em divulgar seus textos para aqueles que connhecem, mas, ao menos pelo teor das respostas, muito atenciosas de vocês, meu post pareceu ter sido sentido mais como uma cobrança. E não era para ser uma cobrança. Me perdoem se viajei nesta parte, mas escreverei este pensando minha hipótese como verdadeira. A idéia, minha ge

Carta aberta aos participantes do concurso: "Torna-te aquilo que és!"

Fugacidade. n. 6: Modelo em chapéu vermelho Somnia Carvalho, 2011    Bom dia participantes queridos do meu concursinho do blog! E também aos visitantes do dia! Em Sampa está fazendo um dia chuvoso, tãão gostoso, e comecei ouvindo a música "The Story", que a Maria Helena usou para o texto dela no concurso " Uma música, mil lembranças ". Concurso no qual você também pode votar clicando aí do lado direito do blog. Como é linda esta música! Ai! Cada dia me lembro de uma das histórias de vocês e venho ouvir suas músicas. E digo isso sinceramente! To-das elas! Ouço-as porque elas não me saem da cabeça nos últimos tempos! O Ângelo, esses dias, pegou a flauta dele e começou a dançar na cozinha, onde eu preparava o jantar, para acompanhar o forró do Trio Virgulino que eu ouvia, e foi a música inspiradora da história da Dani... Fugacidade n. 22: Modelo em diamantes, Somnia Carvalho, 2011 Eu queria dizer novamente que eu me vi em cad

Qual seu texto preferido no concurso "Uma música, mil lembranças"?

("Fugacidade n. 24: Modelo em brincos", Somnia Carvalho, 2012) Nosso segundo concurso, " Uma música, mil lembranças ", chegou ao final e agora nós queremos saber qual texto mais lhe tocou. Para votar basta selecionar, do lado direito do blog, seu texto preferido e clicar nele. O sistema permite um único voto por computador. Os participantes desta segunda versão, por ordem de publicação, foram: Ricardo Perez, cuja história prova como o amor  é sempre lindo, sempre inspirador e foge a qualquer regra e imposição social. Seu texto " Que sorte a nossa, hein ?" parece ter inspirado a maioria dos participantes a falar deste sublime sentimento. Ingrid K. Lima (do blog " ABBA you are my life ") é uma menina de 12 anos quem já entendeu que a vida é aqui e já. O passado está longe demais e o futuro é incerto. Com seu texto " Escorrendo pelos dedos " nos fala de sermos felizes sem desperdiçar o tempo. Maria Helena Freitas (do blog: &