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Mostrando postagens de abril, 2009

A Vera, minha prima, chegou de mala e cuia por aqui

(Eu e meu all star no meio da areia do parquinho do Ângelo, Malmö, abril de 2009) Esse será nosso terceiro verão aqui, mas acho que nem o tempo mata essa surpresa incrível que é a chegada da Primavera.  Em vários países europeus a prima já tinha dado o ar da graça, mas nas Escandinávias ela acaba chegando sempre mais tarde .  O que é engraçado é que mesmo a gente sabendo da vinda e estando tão ansioso por ver flores e verde e ar fresco com o sol, a mudança é sempre tão radical, tão rápida que a gente parece ter acordado no futuro. Ou no passado.  (No meio do caminho tinha... um pedacinho do mar. Caminho entre a nova casa e a escolinha no centro de Malmö, abril de 2009) Há exatos dois dias atrás várias árvores no caminho de casa e alguns arboredos aqui em frente eram só galinhos com uns brotinhos calados. Hoje, ao fazer meu caminho de bike, tudo tava tão tão florido que eu fico cantarolando sozinha. Literalmente. Eu canto maior alto, porque além de tudo os suecos adoram música brasileir

Mah que bela vista bella!

(Pôr do sol em frente de casa, mais ou menos umas nove da noite, Malmö, abril de 2009) Esse "postezinho" é para agradecer todos os comentários de quem escreveu dizendo estar feliz com nossa nova morada e com a vista para qual eu posso olhar quando cozinho, tomo café, lavo trabalho, estudo, pinto, brinco com Ângelo, assisto TV, relaxo e etecétera. Sim! O cara lá do apê antigo não sabe o bem que ele fez pra gente. Deu um trabalhão e tem dado ainda. Eu ando bem cansada pra dizer a verdade e tô um bagaço no fim do dia, mas vocês mesmos confirmaram que eu só tenho motivos para dar gracias. Sim! É muito legal, eu sei! Aqui foi um daqueles achados, sabe? Aliás até que tô ficando especialista em achar moradia nota dez. Sete mudanças em sete anos de casamento tem me ajudado! Foi um misto de sorte com estar no lugar certo na hora certa. Vi muitas casas e apês e esse tinha tudo, incluindo o preço supimpa. Vir pra cá tem a ver pra mim com esse "casamento" e conjunção do andar

Minha nova vista e a nova vida...

(Vista da nossa nova morada, praia e campo de futebol em frente e Torso do lado direito, Malmö, abril de 2009) Gente querida, estivemos sem internet e ainda estamos desempacotando nossas coisas, mas só para dividir com vocês uma parte dessa nova vida. Com vista pro mar, direito a gaivota e barquinho na paisagem eu só to rindo à toa...  É mesmo como muitos de vocês me mandaram aí comentando: quando a gente muda é hora de jogar o velho fora e aproveitar o que vem de novo... e o novo tem me deixado novinha em folha! Um beijo e logo volto para atualizar o blog e responder comentários calorosos e tudo mais! (Onde o pessoal joga uma pelada todos os dias do verao, depois das quatro e meia e do trabalho estressante, Malmö, 2009)

A mão de obra feminina brasileira e a minha sétima mudança em sete anos

(Ângela e Xu-Muié, empacotando, comendo, dançando e tagarelando super feliz, tudo ao mesmo tempo, Malmö, 2009) A correria tem sido tanta e tanto assunto pra por em dia que me dei conta de que não contei ainda que estamos nos mudando. De novo! Sim, simmm salabim! como diz minha amiga da foto. Estou aqui com a casa de cabeça pro alto e tropeçando pelas caixas.  São sete anos de casamento, completados agora em janeiro, com meu Renatão e, na próxima quarta, serão sete mudanças desde que nos casamos. Não tem do que reclamar já que a cada vez que fomos obrigados a nos mudar, normalmente porque o dono resolve vender o apê ou coisa assim, a gente sempre acha um lugar melhor e uma nova vida se abre. Trabalhei duro os últimos dias, mas o resultado é realmente bom: além de ter as melhores empacotadoras do mundo me ajudando nesse fim de semana, ainda temos a alegria de poder ir pra um cantinho cheio do azul do mar. Eu tenho comentários muito legais de vocês para responder, mas não consigo agora e

"Não importa quem você seja, não importa onde você vá..."

Há mais ou menos um ano atrás, eu conheci o Jocelyn, um francês de Lyon, num curso de sueco da Folkuniversitetet , no mesmo grupo onde conheci aquele irlandês de quem já falei aqui. Calmo, mas falante e cheio de idéias, o Jocelyn logo se transformou numa boa companhia para estudo, cafés e almoços. Junto com sua Maria, uma sueca sorridente e simpatiquésima, eles estão entre os nossos grandes amigos daqui. Depois de voltarmos a nos cruzar no Komvux para estudar sueco de novo, nada segura nossa troca de experiência, de vivências. Ontem, o Jocelyn enviou o vídeo acima para os amigos que fez pelo mundo e também enviou-o para mim. Esse vídeo faz parte de uma série de outros intitulados "Tocando para a mudança, música ao redor do mundo". Depois de ouvir a canção e cair de queixo por ela; depois de não resistir e me contagiar de uma "sentimento bom", tal qual Jocelyn também disse haver sentido, eu ouvi a música novamente. E, então, como o Ângelo ouviu de longe e veio confer

Na Suécia também não tem... garçom camarada, "chefia", "campeão"!

("Il cameriere", O Garçom, Daphne Brissonnet ) Pondo um peso no lado contrário da balança aqui vai o que é bem legal e não tem na Suécia... Se eu fiquei incomodada com o pessoal em Roma dando uma de "moito" grosso na furação de fila eu também fiquei emocionada com o jeitão camarada da maioria dos garços dos restaurantes em que paramos para comer. Falantes, sorridentes e daquele tipo que você pede a conta dizendo "ô campeão!", "o gente boa!", sabe? Igual fazemos no Brasil com aquela intimidade toda? Então, isso é igualzinho na Itália, ao menos foi em Roma. Aliás foi bem mais comum do que tinha sido em Milão, por exemplo, quando visitamos a cidade há um ano atrás. Os garçons e algumas garçonetes de Roma me lembraram muito os garçons dos barzinhos, das padocas e pizzarias de São Paulo. Como o Ailton, eles são atração do lugar e parte do que você gosta no lugar onde vai.  (O Ailton, um garçom "pop" de um barzinho na Vila Madalena em São Pa

Na Suécia também não tem... folgado cortando fila

(Nós, em frente à estonteante Basílica de São Pedro, um dia antes da Páscoa. Fácil de entrar, de ver e aproveitar. Roma, abril de 2009) Vocês conhecem o blog da Paula Sartoretto, uma jornalista que vive em Estocolmo? O blog dela, " Na Suécia não tem barata " é um bem dos bons e sempre que leio o título dele eu fico pensando em tantas coisas que "Na Suécia não tem.." Pra mim não ter baratas é importante, mas para a Paula, com certeza, é essencial. Eu não tenho problemas com as nojentinhas eu tenho problema mesmo é com aranhas, por exemplo. Bicho que aqui quase não tem também, se comparar com as milhares que temos no Brasil. Então vejam que a Suécia pode ser um lugar bem bom dependendo do ângulo que você olha... A Suécia está longe de ser um paraíso. Muito longe. Aqui há problemas e dificuldades que podem ser bem grandes, sobretudo se você vem de outra cultura. Então na Suécia não tem um monte de coisas que não tem no Brasil e que eu acho muitíssimo legal. Por outro l

Entre o melhor de Roma..

("Papai, avião!", Ângelo e eu, Roma, abril de 2009) Eu adoro viajar e andar pela cidade, entre os turistas e o povo local. Olhar, parar, sentar, descansar sem pressa. E nesse passeio teve algo inesperado. O Ângelo que era até pouco um bebê curtiu a cidade como um adulto fascinado. Entre os monumentos de alguns milhares de anos, ele parava e apontava algo como: "pássarinho!" Quando a gente tem uma criança junto a gente meio que redescobre o valor de coisas que já havíamos esquecido ou que simplesmente passariam desapercebidas. Fascinado com as centenas de meios de transportes da cidade, ele aqui não deixou passar o aviãooo que estava entre os balões.  A gente voltou pro hotel, nas ruas e no ônibus, dando aviãozada na cabeça de todo mundo, mas compensou a alegria do dono...

Bon giorno bella! Páscoa em Roma e tudo na Paz!

(Chegando no Coliseu, vista do alto da rua. Foto de Renato Cechetti , Roma, abril de 2009) Eu espero que vocês tenham tido uma excelente Pascoa! A correria maluca da semana que passou não me deixou contar que vínhamos para Roma passar a Pascoa! A gente ainda esta tendo uma, porque tanto aqui quanto na Suecia hoje ainda e um grande feriado! Estamos aqui com as bellas e bellos romanos da Itália ! Escrevo com calma depois, porque vou começar a arrumar as malas para a volta. Mas só para dizer que esta tudo tranquilissimo e muito na Paz. Viemos na sexta e estamos curtindo muito. Ontem, andando pelo Vaticano, acabamos por pegar a Missa da Pascoa e ficamos la com mais umas milhares de pessoas do mundo todo junto. Visitamos o Coliseu, andamos pela cidade toda e comemos comida muito da boas! Ângelo anda delirando com o tanto de "bus" e "tem" que tem pela cidade. Roma e enorme e linda. Cansa a beça ! Muito para ver e muito para contar. Beijos e ó tima segunda chei

O que você vê nessa obra? A escultura de Kurt Trampedach

("Morning. Group of Woman and Man, one lying and one sitting on a bed", em dois ângulos diferentes, de Kurt Trampedach,, 1973, foto de Jaime Silva ) Eu não sei quanto a vocês, mas para mim teve boa a conversa sobre a última obra do "O que você vê nessa obra" com a "Desolação da Besta, da Kirstine Roepstorff . Eu não cheguei a fazer um texto só sobre o quadro, porque as discussões renderam material para que concluíssemos mais ou menos o significado da obra. Algumas idéias ficaram pendentes, como o porquê da bandeira da Argentina estar entre o restante, mas além da falta de tempo da última semana, também não sabia até que ponto vocês ainda estavam a fins de discutir mais a obra. Aqui, vem uma terceira e última obra de um artista dinamarquês que está entre as três que mais me chamaram atenção na visita a obras contemporâneas de artistas da Dinamarca, as quais visitei no Statens Museum , em Copenhaguem. Assim eu posso encerrar minha trilogia de obras de artistas d

O Super herói Senhor Lixeiro!

(Sopbil, Caminhão de lixo da Scania , igualzinho ao que roda aqui na nossa rua...) Todo mundo sabe da fascinação dos meninos por automóveis, caminhões, tratores, aviões, trens etc. A do Ângelo começou há pouco e ele passa o dia olhando seus livros que tenham fotos desses "bichos" todos, fica pra lá e pra cá com as máquinas todas "bruuummm", quer ir passear no "bus" e "sitta bus, mamãe" todo dia. Embora continue brincando de outras coisas, além de carros e máquinas possantes, a verdade é que ele parece ter visto um extra terrestre toda vez que encontra um trator no meio da rua, por exemplo. Eu não sei exatamente o que ele pensa sobre tudo isso, mas sei que foi só há alguns dias que ele percebeu que havia homens dirigindo, pilotando as tais máquinas, quando mostrei no livro dele. E não poderia haver nada mais excitante, imagine! do que encontrar um desses indivíduos estranhos, cheios de mistério, personagens dos seus livros e fantasias, na rua, ao

Calar-se ou não...

(O Lavrador de café", Cândido Portinari, 1934) Gente, eu havia programado de escrever um post comentando a poesia "Modernidade" do post anterior, mas a Irene mandou um comentário tão bom que acho que quero começar por ele. Além de comentar outros aspectos da paternidade e maternidade, ela disse: "Eu nunca vi uma mãe, negra, com uma babá, branca, passeando no shopping. Moderninade só se for o shopping." A percepção da Irene sobre a única coisa que tem de moderno no poema foi ótima.  Lembro de alguns alunos meus na aula que dei sobre esse poema, dizendo que era moderno porque uma mulher branca e uma negra hoje em dia podem trabalhar juntas, serem amigas e passearem no shopping, mesmo uma sendo empregada da outra. Lembro também que quase chorei com essa leitura, inclusive porque é bom ressaltar eu dava aula para alunos que queriam entrar numa universidade, eu dava aula em cursinho... Bom, acho que esse poema traz aquela questão que a gente debateu bastante esses d

Análises neuróticas 1? : A babá

("Carrinho de bebê, de Andréa Eber t) Modernidade A babá, preta, de branco,  empurra o carrinho do bebê, no shopping. Ela passeia com a mãe, branca, de preto. As duas vão no maior ti-ti-ti Conversando sobre a modernidade de São Paulo. (autora: uma socióloga paulista) Há alguns anos, vi esse poema (que espero ter reproduzido corretamente, porque eu o tenho gravado apenas na memória e nos papéis no Brasil) pregado nos ônibus do centro de São Paulo. Tratava-se de um incentivo do governo da Marta às mulheres que gostassem de escrever. Lembro de estar em pé no buzão cheio, indo dar aula no cursinho. Mudei minha aula do dia e pus o poema em debate. Rendeu uma hora e meia de excelente conversa, argumentos e possíveis idéias para tratar em temas nos vestibulares.  O impacto do poema foi tão forte em mim, que ele vem à minha mente, quase como uma canção, todas as vezes que penso em algo parecido com o assunto nele tratado. E voltou esses dias, depois

Como fazer parecer que você é muito "snabb" em três tempos?

Aprender outra língua não é simples, mas se você é alguém muito "snabb", como eu, as coisas não são assim tããão complicadas.  Depois umas seis semanas que eu estava finalmente estudando sueco direitinho, minha professora fez uma avaliação em voz alta para todos da sala. Quando chegou minha vez ela virou-se e falou uma tantada de coisa em sueco que significava mais ou menos assim: - Sonia você é tão "snabb"! Por que você chegou há pouquíssimo tempo blá blá blá...  e é tão "snabb"! Eu estou impressionada como voce é "snabb"!  E eu, imaginando que ela deveria estar dizendo algo como você é tão espertinha, sua danada!, como sempre, usei de toda minha simpatia braziliana e meu quê teatral, falando e sorrindo agradecida: - Tack! Tack! Obrigada! Eu fico muito contente!  Quando ela terminou a minha encheção de bola eu virei pra minha amiga polonesa, mais velha na turma do que eu, e perguntei: - que ralhos significa "snabb"??? E ela: - Rápida! U