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Mostrando postagens de julho, 2007

Curiosidades sobre a Suécia (Parte 4): Sociedade "servi-servi"

(Crédito do desenho: (http://siankeegan.typepad.com/sian_keegan/images/2007/03/16/swedish047_copy_3.jpg) A CURIOSIDADE: Estava aqui lendo emails e pensando num post, mas não longo demais. O motivo vocês já sabem qual é e ele repousa no berço agora. Vi o Renato passar para o banheiro, levando roupinhas do anjo para lavar. Aqui na Suécia, como em vários lugares da Europa, dificilmente há lavanderia dentro do apartamentom, porque os prédios da cidade, como aqui em Malmö, são bem antigos e a arquitetura não incluía este item na casa. As máquinas de lavar e secar quase sempre ficam dentro do banheiro (que normalmente são bem grandes). Aliás um detalhe que agora já gosto bastante, porque a roupa sai do corpo, as vezes, direto para a máquina de lavar. O que há nos prédios é uma lavanderia gigante com grandes máquinas para todo os moradores. É uma vantagem a mais se você as tem dentro de casa, porque pode organizar suas lavadas como preferir ao invés de ter que agendar a lavada para cada seman

Curiosidades sobre a Suécia (Parte 4): Cadê meu entregador de pizza?

(Crédito da charge: www.cartuns.com.br/ pizza.GIF) DAS ATIVIDADES: Só para ilustrar melhor, algumas atividades que nós mesmos fazemos aqui, porque não há alternativa de pagar alguém para fazer ou porque o serviço é extremamente caro: 1. LAVADOR DE CARROS Não existe o lavador de carros. Vamos a um lugar onde cada qual põe sua moeda, escolhe as funções e lava seu carro. Depois, seca. Depois, lustra... ui.. depois põe os tapetes... Ajudei o Re fazer isso no oitavo mês de gravidez e não achei nada glamouroso. 2. MANOBRISTA Não existe o manobrista de carro: não há o tiozinho do estacionamento particular que pega suas chaves. Nananinanão.! E em todas as ruas da cidade, todas, é necessário pagar para estacionar. Se tem o campeão que toma conta pra você por 5 reais? Não. Tem máquinas pela cidade toda, você põe as moedinhas, escolhe as horas que quer ficar e põe o papel dentro do carro. Claro que o detalhe (que o Re também notou) é que os carros podem ficar nas ruas e o recado pode avisar que v

Vie Gratuliere!!!

Parabéns a você número 1000 que acessou o site hoje, a você que tentou ser o número 1000 e a nós também! Infelizmente o número 1000 parece ser um tipo tímido, não dado a viagens e festas e preferiu não se identificar. Infelizmente, eu, Angelito, Renato e a princesa Vitória não teremos a quem entregar o prêmio. Mas fica aqui nosso obrigado!!! Um beijo do blueberry brasileiro mais famoso na Suécia, o Ângelo.'

Estamos quaaase na primeira milhagem!!!

Gente, Só para chamar vocês para pegarem suas taças comigo e brindarem daqui a pouco, quando o visitante número 1000 clicar no blog. quem será? o visitante número mil ganhará uma passagem para Malmö, onde terá estadia "de grátis" na casa de um dos mais aclamados casais brasileiros e de seu Ângelo. Terá comida free e poderá curtir várias noites ao som do choro do bebê... E não é só isso: Também poderá trocar algumas dezenas de fraldas e terá o privilégio de entrar para a história, posando em foto inédita com os três mais a princesa da Suécia. E tem mais: você poderá perder até 8,5 kg em 1 semana e meia de estadia, apenas cuidando do bebê!!! É viagem, spa e diversão, tudo junto! Haverá publicação simultânea do evento neste blog e em vários meios de comunicação brasileiros e suecos. Se você for o visitante mil não deixe de colocar um recado no post ou ali no cantinho!!! você merece receber seu prêmio e vamos todos comemorar juntos!!! A entrega ocorrerá na capital da Suécia, em E

Das coisas mais belas do mundo

(Tirei a foto deste barquinho ha uns dois meses, em Öland, uma ilha ao sul da Suecia, e hoje ela me veio muito a calhar) Não tem me faltado temas para escrever aqui no blog. Na verdade, tenho uma lista em mente, mas se não falta assunto e inspiração, ainda falta tempo. Tô num dos intervalos angelicais, mas queria deixar hoje uma canção maravilhosa do grupo português Madredeus. Há muitos anos tenho o costume de ouvir música tranquila durante o café da manhã. E foi assim minha gravidez inteira. O Madredeus, a Fortuna, a Enya etc além de muitas rádios de música clássica. Do Madredeus foram muitos e muitos dias ao som do álbum "Existir" que eu considero das coisas mais lindas de se ouvir. Qual não foi minha surpresa ontem, quando colocamos o cd para tocar de manhã e o Ângelo, com apenas 8 dias de vida, parou o que tava fazendo, foi se virando, com olhos bem abertos, procurando de onde vinha o som e ficou lá... quietinho, praticamente reconhecendo a música e curtindo... super rela

A saída do Túnel

(Millet, Os colhedores) (Van Gogh, A siesta) Esses últimos dias tem me vindo diariamente uma outra canção que eu cantava nos anos de comunidade: "Há um tempo para tudo, de nascer e de morrer, láralálálálá... "e fiquei pensando o porquê deste trecho, baseado no livro do Eclesisastes do Antigo Testamento, não me sair da cabeça. Há uns dois meses atrás a Kerstin (a Barnmörska, ou enfermeira-obstetra) disse que no dia do parto eu entraria numa espécie de "túnel" e que seria difícil eu conseguir me comunicar com o mundo, daí a necessidade do Renato ficar atento na hora do parto percebendo se eu estava com sede, frio etc., já que a experiência intensa e dolorida não me permitira essa comunicação e só ele, me conhecendo bem, poderia me ajudar nisso. Até um ou dois dias atrás eu ainda me sentia dentro do túnel. Na verdade, nós nos sentíamos. Cortamos quase toda a comunicação com o "mundo exterior" e nos centramos praticamente em viver e dar conta do nascimento e

Agora é tempo de...

(Somnia Carvalho, "The Happy Family") "Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz (...)"

Ângelo e Sônia em casa

Após colocar algumas primeiras imagens no blog, além das muitas mensagens de congratulações - as quais agradecemos muito - começaram as primeiras perguntas. Será que o nariz é do pai? Cabelo de quem? A mão é assim ou assado? Para os que ficaram com essas dúvidas, ai vai mais algumas fotos. Aqui ainda é o Renato quem escreve. A Sônia está bem, já voltamos todos para casa. Porém a árdua rotina de novos pais já começou, entre uma trocada de fralda e outra eu escrevi este post. A Sônia está tirando um merecido sono, ou melhor, cochilo até a próxima mamada...

Nasceu o Angelo!

Feito no Brasil, nascido na Suecia, Angelo nasceu pontualmente na data prometida: 16 de Julho. O parto foi normal, mãe e bebê passam muito bem, o Angelo logo se aventurou a mamar na primeira hora após o nascimento. Angelo nasceu bonitão igual ao pai e mãe, olhem só as fotos...os dois tem cara de que vão ser muito corujas. Agora são mais de 5 da madrugada e o blog é da Sonia, depois vem mais post sobre o Angelo. Renato.

Pausa para 'ganhar' o nene

Essa e a entrada da maternidade da Universidade de Lund. To mandando este post daqui, do celular, para dizer que tudo vai bem. Estamos trabalhando duro pra ver se ganhamos um nenem pra eu e o Re brincarmos de mamae e papai...

Noutro lugar

Há provavelmente mais de quinze anos atrás caiu em minhas mãos um livro delicioso: "O Profeta", do poeta libanês Gibran Khalil Gibran (1883-1931). Só muito depois vim a saber um pouco mais sobre sua vida: nascido no Líbano, viveu a maior parte de sua vida nos Estados Unidos e estudou na Europa. Vim saber também que o poeta era também filósofo e artista, tendo ele próprio ilustrado seus livros, além de ser autor de inúmeras outras pinturas. "O Profeta" é dividido em várias mensagens que Mustafá, o Profeta, um homem que havia se mantido sozinho numa montanha em busca de reflexão e iluminação, fala à comunidade que espera por ouvi-lo. Os textos abordam questões simples e, ao mesmo tempo, profundas da vida: o amor, o casamento, os filhos, o trabalho, a liberdade etc, mas com um olhar mais reflexivo e, portanto, mais sábio. Quando eu ainda meio adolescente li o livro de minha adorável amiga Susette (uma Profeta em busca de iluminação) eu logo comprei para mim um exemplar

“Como nossos pais”

"Não quero lhe falar meu grande amor Das coisas que aprendi nos discos Quero lhe contar como eu vivi E tudo o que aconteceu comigo" Como Nossos Pais Sempre adorei uma frase atribuída à Santa Teresa D´Avila: “ A paciência tudo alcança”. Talvez porque eu persiga esse dom e tente incorporá-lo à minha personalidade. Diga-se rapidamente: incorporar à minha personalidade de pisciana sensível, extrovertida, entregue às emoções e sensações do mundo. Seria esse "ser de peixes" que teria me levado a me afogar pelo mundo do pensamento, estudando filosofia da graduação ao doutorado, me entregando às análises mais adornianas sobre a sociedade moderna e me jogando hoje no mundo da pintura? Pouco ou nada eu posso afirmar disso, embora quase sempre as definições de uma pessoa de peixes caibam bem em mim. Com certeza contribui muito mais o fato de ter nascido e crescido numa pequena cidade do interior de São Paulo, dentro de uma família simples e lutadora com a vida. Algu

Relato de uma naufrága barriguda na Suécia

Preparando a alma... Em textos anteriores, escrevi sobre o pré-natal e o parto natural aqui na Suécia e de como as suecas se preparam psicologicamente e fisicamente para o grande evento que ë o parto. Grávida no Brasil eu estaria experimentando sensações deliciosas e poderia dividir minha barriga e tudo o mais com as pessoas que amo de uma forma mais intensa. Grávida aqui eu perco tudo que teria de bom vivendo aí, mas tenho, por outro lado, passado por uma imensidão de sensações que me permitem viver de outra maneira, mas não menos intensamente, essa fase da minha vida. Acho que além de preparar-se emocionalmente e cuidar do corpo é preciso que a gente consiga preparar a alma. Para o parto. Para a nova vida. Na verdade, hoje sinto que estar grávida pode ser uma experiência que transcende qualquer expectativa que se possa ter sobre essa fase. Difere de qualquer vivência que se pode ter na vida, embora eu esteja convencida de que nem toda mulher precise estar grávida para se sentir trans

“Little Children”: porque crescer é difícil

"Little Children": sobre o filme Eu detesto ser estraga prazeres, mas neste caso não vou me controlar muito não, caso você ainda não tenha visto “Little Children” (2006), um filme de Todd Field, o mesmo autor de “Entre quadro paredes”. O triste título em português, “Pecados Íntimos”, é ruim porque não leva a uma gostosa descoberta que vai se dando ao longo do filme a respeito do título dado no inglês. Apesar de ir com calma no enredo o diretor vai deixando uma pulga atrás da orelha sobre o que essas “Little Children” irão aprontar ou o que irão aprontar com essas pobres crianças pequenas que nos levarão ao clímax da história. Não é um filme daqueles nos quais o tema é explícito ou um filme carregado de emoção daqueles que você não se agüenta e puxa a manga da camisa para assoar o nariz. É um filme discreto, mas muito interessante e que faz pensar. A história se desenrola a partir da vida de quatro personagens que, ao meu ver, amarram a trama: uma mulher casada, Sarah, (Kate W

Curiosidades sobre a Suécia (Parte 3): O parto natural

Creio que algumas coisas fazem realmente diferença para que a mulher vá mais tranquila para o parto aqui na Suécia. Além do acompanhamento pré-natal que mencionei no post anterior, toda grávida aqui sabe que terá ao seu alcance acupuntura, oxigênio, banho quente em banheira, caminhadas pelo hospital, analgésicos, anestesia, o que escolher para aliviar sua dor. E poderá ficar na posição mais confortável na hora do parto: em pé, sentada, deitada, de cócoras etc. Ao menos em teoria foi a instrução que recebi e também foi o que me confirmou inúmeras mulheres aqui. A grávida não terá, entretanto, opção de escolher uma cirurgia (ou cesárea) para alívio da dor ou da ansiedade. Uma cirurgia é vista pelos médicos aqui como um último recurso em caso grave, quando há risco, doença. E a dor do parto não se caracteriza como tal. Além disso, todos nós sabemos que os riscos numa cirurgia sempre são muito altos. Enquanto estive no hospital fiquei "amiga" de várias barnmorskas e elas ficavam

Curiosidades sobre a Suécia (Parte 2): Pré-Natal

Parto Natural e Medo Desde pequenininha, no Brasil, ouço histórias horrorosas sobre parto normal ou, se você preferir, parto natural: na família, na conversa entre as vizinhas, nas choronovelas etc... Eu adorava ficar meio do lado de minha mãezinha nas conversas ouvindo o papo dela com a mulherada a respeito das dores terríveis do parto e do processo todo e ia formando um filminho na minha cabeça. Me sentia gente grande no meio delas. Não sei o quanto veio dessas histórias, das imagens da TV etc e o quanto veio de minha fantasia de menina. É difícil ter certeza, mesmo porque, esses dias, minha mãe me contou coisas lindas sobre como foi a noite em que me teve e isso eu nunca lembro de ter ouvido. Mas me parece que muitas outras mulheres no Brasil também cresceram com a mesma idéia de um filme de terror, incluindo nossas próprias mães: "O meeeeedo do parto", com direito à musiquinha de filme do Hitchcock: "pém, pém, pém". E esse medo parece sustentar pensamentos do ti

O fantástico e encantado reino da Suécia e incompleto porque...

Não tem a Lu e o Juju para eu apertar e beijar muuuito. Não tem o milho verde refogado da Dona Maria e nem a maria mole da Dona Irene. Falta a Dri para passar em casa no fim da tarde pra comer e tagarelar com a gente. E é chato não ter as caras e bocas do Lê e os sorrisos da Sandra e da Vanessa no fim de semana. E muito sem graça também é não ouvir o ronco do Caetano e da Kika depois do churrasco do domingo. É por essas e outras que, como diria o sábio e profundo Roberto, "a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez..."